Questões sérias, com impacto direto no bem-estar e na saúde da população, precisam ser discutidas com a participação da sociedade. Em breve será aberta uma Consulta Pública que vai avaliar a incorporação de um tratamento para obesidade no SUS.
Sua contribuição pode influenciar na decisão do SUS sobre o tema.
Além de afetar mais de 20% da população brasileira¹, a
obesidade é um fator de risco para outras doenças e diminui a
expectativa de vida das pessoas2 que convivem com ela. Doenças
cardiovasculares, por exemplo, são a principal causa de morte entre
pessoas com obesidade3, respondendo por até dois terços dos óbitos
neste grupo. Ações de prevenção e de tratamento correto da doença são
essenciais para garantir o bem-estar e saúde à população, evitando
complicações mais graves³, como é o caso de gordura no fígado,
diabetes e as mencionadas doenças do coração.
Atualmente, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem opções limitadas de oferta de tratamento para a doença⁴, que não atendem completamente às necessidades da população. A consulta pública da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) vai avaliar sobre a disponibilidade de um novo medicamento: a semaglutida 2,4mg para o tratamento de pacientes com obesidade grau II e III (IMC ≥ 35kg/m2), sem diabetes, com idade a partir de 45 anos e com doença cardiovascular estabelecida (infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral prévios ou doença arterial periférica sintomática).
A obesidade está ligada a problemas de saúde do coração e dos vasos sanguíneos, chamadas de doenças cardiovasculares, como ataque cardíaco e derrame, que são as principais causas de morbidade e morte na população⁵.
1. Ministério da Saúde (BR). Vigitel Brasil 2023: Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2023 [citado 2025 maio 6]. Disponível em: https://www.gov.br
2. Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO). Diretrizes brasileiras de obesidade [Internet]. São Paulo: ABESO; 2016 [citado 2025 maio 6]. Disponível em: https://abeso.org.br/wp-content/uploads/2019/12/Diretrizes-Download-Diretrizes-Brasileiras-de-Obesidade-2016.pdf
3. Oliveira GMM, Brant LCC, Polanczyk CA, Malta DC, Biolo A, Nascimento BR, et al. Estatística cardiovascular – Brasil 2023. Arq Bras Cardiol. 2024;121(2):e20240079.
4. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas redes de atenção à saúde e nas linhas de cuidado prioritárias [Internet]. Brasília: Ministério da Saúde; 2013 [citado 2025 maio 17]. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes%20_cuidado_pessoas%20_doencas_cronicas.pdf ISBN: 978-85-334-2018-2.
5. World Health Organization (WHO). Obesity and overweight [Internet]. Geneva: WHO; 2023 [citado 2025 maio 17]. Disponível em: https://www.who.int/news-room/fact-sheets/detail/obesity-and-overweight
6. Khan SS, Ning H, Wilkins JT, Allen N, Carnethon M, Berry JD, et al. Association of body mass index with lifetime risk of cardiovascular disease and compression of morbidity. JAMA Cardiol. 2018 Apr;3(4):280-7.
7. Cercato C, Silva S, Sato A, Mancini M, Halpern A. Risco cardiovascular em uma população de obesos. Arq Bras Endocrinol Metabol. 2000 Fev;44(1):45–8.
8. Brasil. Ministério da Saúde. Protocolo clínico e diretrizes terapêuticas de sobrepeso e obesidade em adultos. Brasília: Ministério da Saúde; 2020. 21 p.
9. Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (CONITEC). Perguntas e respostas [Internet]. Brasília: CONITEC; [citado 2025 maio 17]. Disponível em: https://www.gov.br/conitec/pt-br/assuntos/participacao-social/consultas-publicas/vigentes-2/perguntas-e-respostas