Maio, 2025 - Estamos comprometidos em impulsionar mudanças para combater doenças crônicas graves. Baseados na nossa experiência em obesidade e diabetes estamos expandindo nossa dedicação para áreas cujas necessidades ainda não foram totalmente atendidas, como o grupo de condições popularmente conhecido como gordura no fígado. Temos o compromisso de trabalhar em parceria com profissionais de saúde e organizações de pacientes que compartilham do nosso objetivo de melhorar o diagnóstico e o tratamento dessa doença.
Como a doença se desenvolve?
Popularmente chamada de gordura no fígado, se desenvolve a partir do acúmulo de gordura nas células do fígado. Conforme a doença progride, o fígado pode inflamar (hepatite) e ser danificado, o que leva à fibrose (ou cicatriz). A cirrose pode ser uma consequência desse processo, em que acontece a perda de função hepática, necessidade de transplante hepático ou até câncer do fígado.
Os níveis de alteração no fígado podem ser:
- Fígado saudável: sem fibrose, inflamação ou gordura, com células e funções hepáticas normais.
- Fígado com gordura: esteatose hepática, caracterizada pelo acúmulo de gotículas lipídicas (de gordura).
- MASH: esteato-hepatite associada à disfunção metabólica, quando o acúmulo de gordura leva à inflamação das células do fígado.
- Fibrose grau F0-1: ausência de fibrose ou fibrose leve, com pouca cicatriz no fígado.
- Fibrose grau F2: fibrose moderada no fígado, com maior risco de evoluir para cirrose.
- Fibrose grau F3: fibrose avançada no fígado ou estágio "pré-cirrose", risco aumentado de evoluir para cirrose e câncer de fígado.
- Fibrose grau F4 ou Cirrose: estágio máximo de fibrose no fígado, com cicatrização extensa, rigidez do fígado e risco de câncer, insuficiência hepática e necessidade de transplante.
Causas, sintomas e tratamento do excesso de gordura no fígado
Os principais fatores de risco incluem o sobrepeso e obesidade, diabetes tipo 2 e pré-diabetes, alterações no colesterol e triglicerídeos, além de hipertensão arterial.
Em geral, esta é uma doença silenciosa, especialmente no começo, e alguns possíveis sintomas são:
- dor abdominal, geralmente no lado superior direito;
- dor nas costas;
- fadiga;
- fraqueza.
Essas características tornam o diagnóstico desafiador e a confirmação pode exigir exames como análises de sangue, exames de imagem ou biópsia.
As opções de tratamento para excesso de gordura no fígado são limitadas, mas seguir uma dieta saudável e manter um peso adequado é essencial para controlar a doença. A maioria das pessoas diagnosticadas com esteatose metabólica em estágio inicial não desenvolvem complicações graves, se for controlada adequadamente.
Um acompanhamento de saúde multidisciplinar, com hepatologista, nutricionista, endocrinologista e educador físico pode ajudar a avaliar os indicadores e chegar ao melhor tratamento, incluindo adequação de hábitos e revisão no estilo de vida. Caso você tenha alguns desses fatores de risco ou diagnóstico de gordura no fígado, procure um profissional para te orientar.
Referências
1. Younossi ZM, et al. New nomenclature for metabolic dysfunction-associated steatohepatitis (MASH): the American Association for the Study of Liver Diseases (AASLD) perspective. Hepatology. 2023;77:1335–1347.
2. Yanai H, et al. Possible involvement of metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease (MASLD) and metabolic dysfunction-associated steatohepatitis (MASH) in the pathogenesis of metabolic diseases. Int J Mol Sci. 2023;24:15473; doi: 10.3390/ijms242015473.
BR25NNG00129