*Versão em português do company announcement divulgado pela Novo Nordisk global em 30 de abril de 2025
São Paulo, 30 de abril de 2025 – Hoje, o The New England Journal of Medicine (NEJM) publicou os resultados da parte 1 do estudo ESSENCE de fase 3, que investiga os efeitos da semaglutida 2,4 mg subcutânea, administrada uma vez por semana, na histologia hepática em comparação com o placebo, após 72 semanas, em adultos com MASH (forma avançada de gordura no fígado não alcoólica) e fibrose hepática moderada a avançada (estágio 2 ou 3). Na semana 72, o primeiro desfecho primário mostrou que 62,9% das pessoas tratadas com semaglutida 2,4 mg atingiram resolução da esteatohepatite (inflamação do fígado causada pelo acúmulo de gordura nas células hepáticas) sem piora da fibrose hepática (acúmulo de cicatrizes no órgão devido a lesões constantes), em comparação com 34,3% no grupo placebo, com uma diferença estimada nas proporções de resposta (EDP) de 28,7% (IC 95%, 21,1 a 36,2; P<0,001). Para o segundo desfecho primário na semana 72, 36,8% dos tratados com semaglutida 2,4 mg apresentaram melhora da fibrose hepática sem piora da esteatohepatite, em comparação com 22,4% no grupo placebo (EDP, 14,4%; IC 95%, 7,5 a 21,3; P<0,001)¹.
“A parte 1 do ESSENCE demonstra os efeitos da semaglutida 2,4 mg sobre os principais elementos histológicos, o que pode reduzir a progressão da doença para cirrose e doença hepática terminal”, disse Arun Sanyal, MD, autor principal, investigador líder e Diretor do Stravitz-Sanyal Institute for Liver Disease and Metabolic Health da Virginia Commonwealth University. “Isso é crucial, dada a forte ligação entre MASH e outras condições cardiometabólicas.”
Um desfecho secundário confirmatório na semana 72 mostrou que 32,7% dos pacientes tratados com semaglutida 2,4 mg atingiram tanto a resolução da esteatohepatite quanto a melhora da fibrose hepática, em comparação com 16,1% dos pacientes no grupo placebo (EDP, 16,5%; IC 95%, 10,2 a 22,8; P<0,001)¹.
Além disso, a Novo Nordisk anunciou que a Agência de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) aceitou a solicitação suplementar de novo medicamento (sNDA) e concedeu Revisão Prioritária para a injeção de Wegovy® (semaglutida) 2,4 mg para tratar MASH não cirrótica em adultos com cicatrização hepática moderada a avançada (fibrose). O status de revisão prioritária significa que a FDA analisará a solicitação em seis meses, em vez do período padrão de nove meses.
“A Novo Nordisk continua investigando a semaglutida em áreas de saúde metabólica e cardiovascular, incluindo a MASH, uma condição com opções limitadas de tratamento para pacientes e profissionais de saúde”, afirmou Anna Windle, PhD, vice-presidente sênior de Desenvolvimento Clínico, Assuntos Médicos e Regulatórios da Novo Nordisk. “Estamos encorajados por essas descobertas publicadas no NEJM e pelo que elas podem representar para os pacientes. Com base nesses dados, esperamos trabalhar com as autoridades regulatórias para disponibilizar esse potencial nova opção de tratamento.”
Os testes não invasivos (NITs) são ferramentas valiosas no rastreamento de pessoas com risco de desenvolver MASH e podem favorecer a detecção precoce da doença. A implementação dos NITs pode permitir a estratificação de risco de fibrose ainda nos estágios iniciais da progressão da doença⁴ ⁵. A análise ampliada do ESSENCE mostrou melhorias aparentes em NITs pré-especificados, incluindo elastografia transitória controlada por vibração (VCTE), o teste Enhanced Liver Fibrosis (ELF)™ e o PRO-C3, em adultos tratados com semaglutida 2,4 mg em comparação com placebo. Esses foram desfechos secundários de apoio, sem controle para multiplicidade¹.
Os desfechos de segurança no estudo ESSENCE incluíram eventos adversos e avaliações laboratoriais. Até a semana 72, 88% dos participantes receberam e mantiveram a dose-alvo completa de semaglutida 2,4 mg. Nenhum novo sinal de segurança foi identificado, e o perfil de segurança foi consistente com o vasto corpo de evidências sobre a semaglutida. Os eventos adversos mais comuns foram de natureza gastrointestinal, incluindo náusea (36,3% com semaglutida; 13,2% com placebo), diarreia (26,9% com semaglutida; 12,2% com placebo), constipação (22,3% com semaglutida; 8,4% com placebo) e vômito (18,6% com semaglutida; 5,6% com placebo). Eventos adversos que levaram à descontinuação do estudo ocorreram em 2,6% do grupo semaglutida e 3,3% do grupo placebo¹.
A semaglutida 2,4 mg não está aprovada nos EUA e no Brasil para o tratamento de MASH.
Sobre o estudo ESSENCE
O ESSENCE é um estudo de fase 3 que avalia o efeito da semaglutida 2,4 mg subcutânea, administrada uma vez por semana, em adultos com esteatohepatite associada à disfunção metabólica e fibrose hepática moderada a avançada (estágio 2 ou 3). É um estudo dividido em duas partes, no qual aproximadamente 1.200 participantes planejados são randomizados na proporção de 2:1 para receber semaglutida 2,4 mg ou placebo, além do tratamento padrão por 240 semanas. Foram recomendados aconselhamento sobre estilo de vida e manejo de doenças coexistentes, conforme as diretrizes. Na parte 1, o objetivo foi demonstrar que o tratamento com semaglutida 2,4 mg melhora a histologia hepática em comparação com o placebo em 72 semanas, com base em biópsias dos primeiros 800 pacientes randomizados. Na parte 2, que está em andamento, o objetivo é demonstrar que o tratamento com semaglutida 2,4 mg reduz o risco de eventos clínicos hepáticos em comparação com o placebo, em adultos com MASH e fibrose hepática moderada a avançada ao longo de 240 semanas¹ ⁶.
Sobre a semaglutida 2,4 mg
A injeção de semaglutida 2,4 mg já está aprovada, juntamente com dieta hipocalórica e aumento da atividade física, para adultos e crianças a partir de 12 anos com obesidade, ou alguns adultos com sobrepeso que também apresentem problemas de saúde relacionados ao peso, com o objetivo de ajudá-los a perder o excesso de peso e mantê-lo, e para reduzir o risco de eventos cardiovasculares importantes, como morte, infarto ou AVC em adultos com doença cardíaca conhecida e obesidade ou sobrepeso⁷.
É importante destacar que a injeção de semaglutida 2,4 mg contém um aviso de segurança (Boxed Warning) sobre o risco potencial de tumores da tireoide, incluindo câncer, e não deve ser utilizada por pessoas com histórico pessoal ou familiar de carcinoma medular da tireoide (CMT) ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2 (MEN 2)⁷.
A semaglutida não está aprovada para o tratamento de adultos com MASH. A segurança e eficácia não estão estabelecidas, e não há garantia de que a semaglutida será comercialmente disponível para este uso em investigação clínica.
Sobre a Esteatohepatite Associada à Disfunção Metabólica (MASH)
MASH é uma doença metabólica crônica e progressiva que afeta o fígado e pode ser potencialmente fatal se não for tratada adequadamente⁸ ⁹. Entre pessoas com sobrepeso ou obesidade, aproximadamente uma em cada três também tem MASH¹⁰. O acúmulo de gordura no fígado pode levar, com o tempo, à inflamação e à formação de cicatrizes graves no órgão¹¹. Pessoas com MASH frequentemente não apresentam sintomas específicos nos estágios iniciais da doença, o que contribui para um diagnóstico tardio¹². Aproximadamente uma em cada 20 pessoas nos Estados Unidos vive com MASH². A doença evolui para cirrose em cerca de 20% dos casos¹³. A MASH é uma das principais causas de cirrose em adultos nos EUA, e a cirrose relacionada à MASH é a segunda maior indicação para transplante de fígado no país¹⁴.
Referências:
1. Sanyal AJ, Newsome PN, Kliers I, et al. Phase 3 trial of semaglutide in metabolic dysfunction-associated steatohepatitis. New Eng J Med. 2025;392(17). doi:10.1056/NEJMoa2413258
2. Younossi ZM, Mangla KK, Chandramouli AS, et al. Estimating the economic impact of comorbidities in patients with MASH and defining high-cost burden in patients with noncirrhotic MASH. Hepatol Commun. 2024;8:e0488. doi:10.1097/HC9.0000000 000000488
3. Fichez J, Mouillot T, Vonghia L, et al. Non-invasive tests for fibrotic MASH for reducing screen failure in therapeutic trials. JHEP Reports. 2025;7(4);101351. doi:10.1016/j.jhepr.2025.10135
4. Wattacheril JJ, Abdelmalek MF, Lim JK, et al. AGA clinical practice update on the role of noninvasive biomarkers in the evaluation and management of nonalcoholic fatty liver disease: expert review. Gastroenterology. 2023;165:1080-1088. doi:10.1053/j.ga stro.2023.06.013
5. Rinella ME, Neuschwander-Tetri BA, Siddiqui MS, et al. AASLD practice guidance on the clinical assessment and management of nonalcoholic fatty liver disease. Hepatology. 2023;77:1797-1835. doi:10.1097/HEP.0000000000000323
6. Newsome PN, Sanyal AJ, Engebretsen KA, et al. Semaglutide 2.4 mg in participants with metabolic dysfunction-associated steatohepatitis: baseline characteristics and design of the phase 3 ESSENCE trial. Aliment Pharmacol Ther. 2024;10:18331. doi:10.1111/apt.18331
7. Wegovy® (semaglutide) injection [package insert]. Plainsboro, NJ: Novo Nordisk Inc.
8. Ilan Y. Analogy between non-alcoholic steatohepatitis (NASH) and hypertension: a stepwise patient-tailored approach for NASH treatment. Ann Gastroenterol. 2018;
9. 31:296-304. doi:10.20524/aog.2018.0248
10. Tesfay M, Goldkamp JW, Neuschwander-Tetri BA. NASH: the emerging most common form of chronic liver disease. Mo Med. 2018;115:225-229.
11. Quek J, Chan KE, Wong ZY, et al. Global prevalence of non-alcoholic fatty liver disease and non-alcoholic steatohepatitis in the overweight and obese population: a systematic review and meta-analysis. Lancet Gastroenterol Hepatol. 2023;8:20-30. doi: 10.1016/S2468-1253(22)00317-X
12. National Institute of Diabetes and Digestive and Kidney Diseases. Definition & facts of NAFLD & NASH. Accessed November 7, 2024. Available at: https://www.niddk.nih.gov/health-information/liver-disease/nafld-nash/definition-facts
13. Allen AM, Charlton M, Cusi K, et al. Guideline-based management of metabolic dysfunction-associated steatotic liver disease in the primary care setting. Postgrad Med. 2024;136:229-245. doi:10.1080/00325481.2024.2325332
14. Sheka AC, Adeyi O, Thompson J, et al. Nonalcoholic steatohepatitis: a review. JAMA. 2020;323:1619. doi:10.1001/jama.2020.5249
15. Younossi ZM, Koenig AB, Abdelatif D, et al. Global epidemiology of nonalcoholic fatty liver disease-Meta-analytic assessment of prevalence, incidence, and outcomes. Hepatology. 2016;64(1):73-84. doi:10.1002/hep.28431
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