- Estudos apresentados no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) 2024, realizado em Londres, mostraram que a molécula reduz significativamente eventos cardiovasculares em pacientes com obesidade e melhora desfechos de insuficiência cardíaca;
- Uma subanálise do estudo SELECT, realizada durante a pandemia de Covid-19, destaco o efeito da semaglutida na mortalidade em uma ampla população de pacientes com doença cardiovascular e obesidade;
- A semaglutida 2,4 mg é o primeiro e único tratamento para obesidade com benefício e proteção cardiovascular comprovado;
- A molécula foi incluída nas diretrizes para o manejo da doença coronariana crônica (2024 ESC Guidelines for the management of chronic coronary syndromes) com evidência robusta, sendo recomendada para o manejo de pacientes com sobrepeso ou obesidade visando a redução da mortalidade cardiovascular associada a essa condição.
São Paulo, 11 de setembro de 2024 – Nesta quarta-feira (11), a Novo Nordisk realizou um webinar científico para jornalistas com o objetivo de apresentar os principais destaques do Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) 2024, realizado em Londres entre os dias 30 de agosto e 2 de setembro. A palestra foi ministrada pelo cardiologista Bruno Mioto e abordou os efeitos da semaglutida 2,4 mg na redução de eventos cardiovasculares em pacientes com obesidade, desfechos de insuficiência cardíaca, impacto cardiovascular em mulheres e os efeitos nos pacientes em tratamento com semaglutida com relação aos eventos adversos graves relacionados à COVID-19.
Insuficiência cardíaca
Em 30 de agosto de 2024, o The Lancet publicou uma nova análise combinada, a partir de dados de participantes, de pacientes com insuficiência cardíaca com fração de ejeção levemente reduzida ou insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP), provenientes dos ensaios clínicos randomizados e controlados por placebo: SELECT, FLOW, STEP-HFpEF e STEP-HFpEF DM.¹
De acordo com a análise, a semaglutida levou a uma redução de 31% no risco combinado de morte cardiovascular (CV) ou eventos de piora da insuficiência cardíaca (IC), com uma incidência de 5,4% em pacientes que receberam semaglutida em comparação com 7,5% naqueles que receberam placebo (HR 0,69; IC 95% 0,53-0,89; P=0,0045). 1 A semaglutida também resultou em uma redução de 41% no risco de piora da IC (2,8% versus 4,7% com placebo; HR 0,59 [IC 95% 0,41-0,82], P=0,0019).¹ A semaglutida não é aprovada nos EUA para redução dos desfechos de insuficiência cardíaca.
O estudo foi uma análise combinada pós-hoc de dados de participantes com um histórico de ICFEP, envolvendo 3.743 pacientes de quatro estudos randomizados, para examinar os efeitos da semaglutida semanal (2,4 mg nos estudos SELECT, STEP-HFpEF, STEP-HFpEF DM; 1,0 mg no estudo FLOW) em eventos de IC.¹ O Programa STEP-HFpEF incluiu participantes com ICFEP relacionada à obesidade; nos estudos SELECT (participantes com doença cardiovascular aterosclerótica e sobrepeso/obesidade sem diabetes) e FLOW (participantes com diabetes tipo 2 e doença renal crônica), a classificação de ICFEP foi relatada pelos pesquisadores.¹ O principal desfecho desta análise combinada foi um composto de tempo até a primeira morte CV ou evento de piora da IC (hospitalizações ou visitas urgentes devido à IC). Os desfechos adicionais incluíram componentes do desfecho composto: tempo até o primeiro evento de IC e tempo até a morte CV.¹
A obesidade é considerada um fator-chave no desenvolvimento da ICFEP, com aproximadamente 80% das pessoas afetadas convivendo com sobrepeso ou obesidade. Além disso, a presença do diabetes tipo 2, nesses pacientes, é significativa e está associada a uma carga de sintomas mais intensa, pior capacidade funcional e qualidade de vida mais gravemente comprometida.
"A nova análise combinada publicada no The Lancet confirma o impacto positivo da semaglutida no tratamento da insuficiência cardíaca em pacientes com fração de ejeção preservada ou levemente reduzida, uma condição altamente prevalente em pessoas com obesidade. Na Novo Nordisk, estamos comprometidos em oferecer soluções inovadoras para melhorar a qualidade de vida desses pacientes, e essa análise representa um avanço importante no cuidado de uma população que enfrenta opções limitadas de tratamento", afirma a endocrinologista e vice-presidente da área médica, Priscilla Mattar.
Eventos adversos que levaram à descontinuação do tratamento ocorreram em 21% dos pacientes no grupo da semaglutida e em 13,9% dos pacientes no grupo placebo.¹ Distúrbios gastrointestinais que levaram à descontinuação do tratamento ocorreram em 11,1% dos pacientes no grupo da semaglutida e em 2,7% dos pacientes no grupo placebo, principalmente devido a distúrbios gastrintestinais (11,1% vs 2,7%).¹ Menos pacientes tratados com semaglutida em comparação com placebo apresentaram eventos adversos graves nas quatro populações dos estudos clínicos.¹
“Os resultados dessa nova análise combinada são extremamente promissores para a prática clínica, especialmente no manejo de pacientes com obesidade e insuficiência cardíaca. A redução significativa no risco de eventos cardiovasculares graves com o uso da semaglutida oferece uma nova esperança para pacientes que, até então, tinham poucas alternativas. Esse avanço reforça a importância de continuar explorando o papel da molécula semaglutida no tratamento de condições cardiovasculares”, reforça o cardiologista Bruno Mioto.
Redução de massa gorda corporal
O estudo STEP-1 mostrou que adultos com obesidade e sobrepeso, com idade entre 18 e 65 anos, alcançaram uma redução de 19,3% da massa gorda total e 27,4% da gordura visceral em pessoas com sobrepeso ou obesidade, após 68 semanas de tratamento com semaglutida 2,4 mg semanal injetável.
Impacto cardiovascular em mulheres
Redução de eventos cardiovasculares: A semaglutida 2,4 mg reduziu o risco de eventos cardiovasculares maiores (morte por causas cardiovasculares, infarto do miocárdio não fatal e AVC não fatal) em 20% independentemente do sexo. Essa redução foi observada logo após o início do tratamento e foi consistente entre diferentes subgrupos de pacientes.
Além de reduzir os eventos cardiovasculares, o tratamento com semaglutida levou a uma redução significativa de peso corporal, circunferência abdominal, níveis de colesterol LDL, triglicerídeos, e pressão arterial, todos fatores importantes para o risco cardiovascular, com maiores efeitos nas mulheres em comparação aos homens.
Eficácia: a eficácia da semaglutida 2,4 mg nos desfechos CV, metabólicos e renais foi consistente por sexo, independentemente do IMC, PCR, TFGe, HBa1c ou histórico de IM.
Esses dados foram observados no estudo SELECT.
Semaglutida 2,4 mg X Covid-19
Uma subanálise do estudo SELECT mostrou que, durante a pandemia de Covid-19, a semaglutida 2,4 mg foi associada a uma redução de 32,5% na mortalidade dos pacientes infectados pelo vírus e também por causas não cardiovasculares em pacientes com obesidade e doença cardiovascular estabelecida. Houve também uma diminuição na gravidade dos sintomas de COVID-19, sugerindo um potencial efeito anti-inflamatório.
Ao todo, foram acompanhados 4.258 participantes com Covid-19.
"Estamos vivendo uma nova era no tratamento da obesidade. A partir dos dados vistos, a obesidade passa a ser um fator de risco modificável para doença cardiovascular. O sobrepeso e a obesidade aumentam o risco de morte devido a muitas etiologias, que podem ser modificadas com terapias potentes, como a semaglutida 2,4 mg", conclui Mioto.
Sobre obesidade, ICFEP e diabetes tipo 2
Quando o coração está rígido demais para se encher adequadamente, mas ainda é capaz de bombear uma porcentagem normal de sangue, a condição é chamada de insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada - ICFEP. Este é o tipo de insuficiência cardíaca, representa aproximadamente 50% de todos os casos de insuficiência cardíaca. Apesar dos avanços terapêuticos na ICFEP, ainda existem necessidades significativas não atendidas.
A prevalência da obesidade está aumentando rapidamente. A obesidade afeta cerca de 4 em cada 10 adultos nos EUA e é considerada um dos fatores-chave para o desenvolvimento da ICFEP. Aproximadamente 80% das pessoas com ICFEP convivem com sobrepeso ou obesidade, e 40-50% das pessoas com ICFEP têm diabetes.
Sobre o estudo SELECT (semaglutida 2,4 mg)
O estudo SELECT (Efeitos da Semaglutida nos Desfechos Cardiovasculares em Pessoas com Sobrepeso ou Obesidade) foi um ensaio multicêntrico, randomizado, duplo-cego, controlado por placebo, e orientado por eventos, projetado para avaliar a segurança e a superioridade da semaglutida 2,4 mg em comparação com placebo como um complemento ao tratamento padrão para doença cardiovascular, na redução do risco de eventos cardiovasculares adversos maiores em pessoas com doença cardiovascular estabelecida e sobrepeso ou obesidade, sem histórico prévio de diabetes.²
O ensaio, iniciado em 2018, recrutou 17.604 adultos e foi conduzido em 41 países em mais de 800 locais de investigação.²
Sobre o estudo STEP-HFpEF (semaglutida 2,4 mg)
O estudo STEP-HFpEF foi um ensaio de 52 semanas, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, projetado para investigar os efeitos da semaglutida 2,4 mg subcutânea, administrada uma vez por semana, nos sintomas, função física e peso corporal em comparação com placebo, ambos adicionados ao tratamento padrão, em pacientes com ICFEP e obesidade. O estudo STEP-HFpEF incluiu 529 adultos com ICFEP sintomática (fração de ejeção ≥45%) e obesidade (IMC ≥30 kg/m²) sem diabetes.
O desfecho primário foi a mudança em relação ao início no escore clínico do Questionário de Cardiomiopatia de Kansas City (KCCQ-CSS) e a porcentagem de mudança no peso corporal; os desfechos secundários: mudança na distância no teste de caminhada de 6 min (6MWD), o desfecho composto hierárquico (morte por todas as causas, eventos de insuficiência cardíaca, diferença na mudança do KCCQ-CSS e diferença de pelo menos 30 metros na mudança do 6MWD) e mudança na proteína C-reativa.¹ ²
Sobre o estudo STEP-HFpEF DM (semaglutida 2,4 mg)
O STEP-HFpEF DM foi um ensaio de 52 semanas, duplo-cego, randomizado e controlado por placebo, projetado para investigar a eficácia da semaglutida 2,4 mg subcutânea, administrada uma vez por semana, nos sintomas, função física e peso corporal em comparação com placebo, ambos adicionados ao tratamento padrão, em pacientes com ICFEP, obesidade e diabetes tipo 2.
O STEP-HFpEF DM incluiu 616 adultos com ICFEP sintomática (fração de ejeção ≥45%), obesidade (IMC ≥30 kg/m²) e diabetes tipo 2. O desfecho primário e secundário foram os mesmos do STEP HFpEF.
Sobre o estudo FLOW (semaglutida 1 mg)
O estudo FLOW foi um ensaio randomizado, duplo-cego, de grupos paralelos, controlado por placebo, e orientado por eventos, comparando semaglutida injetável 1,0 mg administrada uma vez por semana com placebo como complemento ao tratamento padrão nos desfechos renais, visando retardar a progressão da insuficiência renal e reduzir o risco de mortalidade renal e cardiovascular em pessoas com diabetes tipo 2 e DRC. Foram recrutados 3.533 adultos para o ensaio, que foi conduzido em 28 países em cerca de 400 locais de investigação. O estudo FLOW foi iniciado em junho de 2019.⁵
O objetivo primário do estudo FLOW foi demonstrar um atraso na progressão da DRC e reduzir o risco de início da falência renal (início de diálise de longo prazo, transplante renal ou uma redução na TFGe (taxa de filtração glomerular estimada) para <15 ml por minuto por 1,73 m² sustentada por ≥28 dias), uma redução sustentada (por ≥28 dias) de 50% ou mais no eGFR em relação ao início, ou morte por causas renais ou cardiovasculares. Os desfechos secundários, avaliados em ordem hierárquica, incluíram a taxa anual de mudança no eGFR (declínio total do eGFR), tempo até a primeira ocorrência de um desfecho MACE composto (infarto do miocárdio não fatal, acidente vascular cerebral não fatal, morte cardiovascular) e tempo até a ocorrência de morte por todas as causas.⁵
Sobre a semaglutida 2,4 mg
Trata-se do primeiro e único tratamento para obesidade com benefício, proteção cardiovascular e segurança comprovados, além de ser, no País, o primeiro e único análogo semanal do GLP-1 aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para tratar adultos e crianças a partir de 12 anos que vivem com obesidade e sobrepeso com ao menos uma comorbidade relacionada ao peso¹.
Pesquisas clínicas comprovaram que o medicamento apresenta redução média de 17% do peso, sendo que um terço dos pacientes apresentam redução superior a 20%, além de diminuição de 20% no risco de eventos cardiovasculares adversos maiores (MACE, que consiste em morte cardiovascular, infarto do miocárdio ou acidente vascular cerebral não fatal)¹. Também já foi comprovado que a redução no risco de MACE ocorre independentemente da perda de peso desses pacientes³, que se mostrou sustentada ao longo de 4 anos⁴, com relação positiva de risco-benefício e perfil de segurança consistente³.
Todos os produtos da Novo Nordisk da classe GLP-1 são tarja vermelha e por isso só podem ser vendidos sob prescrição médica.
Sobre a Novo Nordisk
Novo Nordisk é uma empresa líder global em saúde, fundada em 1923 e com sede na Dinamarca. Nosso propósito é impulsionar mudanças para derrotar doenças crônicas graves, inspirados pela nossa história centenária relacionada ao diabetes. Fazemos isso sendo pioneiros em descobertas científicas, expandindo acesso aos nossos medicamentos e trabalhando para prevenir e, até mesmo, curar doenças. A Novo Nordisk emprega mais de 72 mil pessoas em 80 países e comercializa seus produtos em cerca de 170 nações. No Brasil desde 1990, a empresa conta atualmente com mais de 2 mil funcionários. Está presente em dois estados, com um escritório administrativo em São Paulo (SP) e um site produtivo em Montes Claros (MG). Para mais informações, visite www.novonordisk.com.br e siga nossos perfis oficiais nas redes sociais Instagram, Facebook, LinkedIn e YouTube.
Referências
- Kosiborod, MN, Deanfield J, Pratley R, et al. Semaglutide versus placebo in patients with heart failure and mildly reduced or preserved ejection fraction: a pooled analysis of the SELECT, FLOW, STEP-HFpEF, and STEP-HFpEF DM randomised trials. The Lancet. Published online: August 30, 2024.
- Lincoff AM, Brown-Frandsen K, Colhoun HM, et al. Semaglutide and cardiovascular outcomes in obesity without diabetes. N Engl J Med. 2023; 389:2221-2232.
- Kosiborod MN, Abildstrom SZ, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with heart failure with preserved ejection fraction and obesity. N Engl J Med. 2023; 389:1069-1084.
- Kosiborod MN, Petrie MC, Borlaug BA, et al. Semaglutide in patients with obesity-related heart failure and type 2 diabetes. N Engl J Med. 2024;390:1394-1407.
- Perkovic V, Tuttle KR, Rossing P, et al. Effects of semaglutide on chronic kidney disease in patients with type 2 diabetes. N Engl J Med. 2024;391:109-121.
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